Seu resumo mensal de análises, gráficos e temas que marcaram o mês de abril no ecossistema de inovação, realizado em parceria com a Catarina Capital.
O que você vai ver nesse material:
Dados do mês: Desaceleração de Venture Capital e de novos unicórnios
Índices e ações: Tudo no vermelho
Análise by Catarina Capital: Resultados do 1T22 das bigtechs e comentário do gestor sobre macroeconomia
Principais notícias: Compra do Twitter, novidades regulatórias brasileiras dentro do universo de inovação e a crescente busca por Corporate Venture Capital
Recomendação de report: State of Media & Entertainment on Mobile in 2022 Report e The State of Venture: Q1 2022 Global Report
📈 Dados do mês
❄️ Desaceleração dos investimentos em capital de risco
Os ventos se mostraram favoráveis para o mercado de ações e para as startups nos últimos anos, em especial para empresas techs. Em contraste, o ano de 2022 revelou um cenário de aversão a risco a nível global.
Depois do boom, o investimento em capital de risco esfriou no primeiro trimestre. Segundo o relatório da CB Insights, o financiamento atingiu US$ 144 bilhões no período. O número representa uma queda de 19% na comparação trimestral. Apesar da desaceleração, foi o quarto maior número já registrado.
Outros dados pelos quais você pode se interessar:
Startups americanas recebem quase 50% de todos os investimentos (US$ 71 bilhões); LatAm fica com apenas 6% (US$ 3,0 bilhões);
Cerca de 20% dos investimentos são destinados para fintechs;
Dos 143 IPOs que ocorreram no período, mais de 90 aconteceram no continente asiático;
O fundo de venture capital Tiger Global Management é o principal investidor, com 120 empresas investidas;
Mesmo com a desaceleração, houve um aumento de 2,6x no valuation médio das startups que foram ao mercado captar recursos.
🦄 Surgimento de novos unicórnios está em baixa
De acordo com o Crunchbase, 129 empresas no mundo se tornaram unicórnios no 1T22. Esse número representa uma queda de 12% em comparação ao último trimestre de 2021.
Ainda sobre unicórnios:
Hoje, há mais de 1.000 unicórnios ao redor do mundo;
Grande parte dos novos unicórnios estão concentrados nos Estados Unidos (67, segundo o CB Insights);
Dos novos unicórnios, o mais valioso é a companhia americana Miro, com valuation de US$ 17,5 bilhões.
💰 Ecossistema de startups LatAm desacelera, mas fintechs trazem bons ventos
Segundo o estudo da Sling Hub, a desaceleração do volume de investimentos e das fusões e aquisições (M&A) também aconteceu na América Latina. Apesar do ritmo mais lento este ano, o ecossistema segue a todo vapor, com destaque para as fintechs.
Ainda sobre startups latino-americanas:
O volume total, de US$ 821,5 milhões, foram distribuídos em 86 rodadas de investimento;
As fintechs arrecadaram US$ 318 milhões nos primeiros quatro meses de 2022, um aumento de 45% em comparação com o mesmo período do ano passado.
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📈 Índices e ações
🐠O mar não está para peixe: postura mais agressiva do Fed reverbera em Wall Street; Ibovespa performa no vermelho
O cenário global se mostra adverso por diversas razões. Entre elas, estão o conflito entre Rússia e Ucrânia, ainda sem perspectivas de trégua, o lockdown na China e a pressão inflacionária. Assim, espera-se que o Federal Reserve intensifique o aumento dos juros nas próximas reuniões. Como efeito, os principais índices da bolsa americana tiveram um dos piores desempenhos da história em 2022; o contexto se revelou hostil inclusive para a empresas techs. Enquanto isso, o Ibovespa teve o pior desempenho mensal desde março de 2020, ocasião em que a OMS decretou o surto da Covid-19 como pandemia.
🪙 Criptoativos seguem na mesma direção; forte desvalorização do Bitcoin
O cenário adverso pressionou grande parte dos ativos de risco, inclusive os criptoativos. A principal criptomoeda em valor de mercado, o Bitcoin (BTC), teve seu pior resultado mensal desde o início do ano, com desvalorização de 17% em abril. A capitalização de mercado do BTC ficou em torno de US$ 722 bilhões.
📊 O 1º Trimestre das grandes de Tech
🟡 Alphabet:
A receita da empresa veio praticamente em linha com o esperado ($68,01 bilhões), superando em $140 milhões o consenso do mercado e registrando um crescimento de 23% em comparação com o mesmo período do ano passado. Apesar disso, o lucro por ação veio abaixo do esperado pelo mercado (GAAP EPS $24,52 contra o consenso de $25,76 por ação).
A empresa, entretanto, reportou receitas abaixo do aguardado pelo segmento de advertising pelo Youtube – aqui, como um dos fatores, pode-se apontar o ganho de market share do mercado de mídia pelo TikTok.
O ponto positivo do anúncio de resultados foi o crescimento do segmento de cloud, que cresceu 44% em comparação com o mesmo período do ano passado, ao passo que as grandes empresas estão mudando seus servidores para a nuvem em vez de manter data centers próprios.
🟡 Amazon:
A receita da empresa cresceu 7% ano sobre ano, registrando $116 bilhões. A bigtech também registrou um lucro operacional de $3,7 bilhões, o que representa uma queda de 58% ano sobre ano devido a questões inflacionárias e despesas operacionais.
As operações em nuvem, correspondentes ao AWS, registraram um forte crescimento de 37% ano sobre ano.
🟢 Apple:
O faturamento da empresa para o trimestre ultrapassou os $97 bilhões (um aumento de 9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado), bem acima daquilo que era esperado pelos analistas ($94 bilhões).
A surpresa em relação às expectativas de mercado ficou por parte dos dispositivos, cuja contribuição para o faturamento total foi de $77,5bi (contra um esperado de $73,3 bilhões).
O crescimento da receita foi puxado pela melhora nos números das Américas e China, enquanto a região do Japão foi a única que apresentou um crescimento negativo (algo similar ao que foi visto no primeiro trimestre).
🟢 Meta:
O Facebook registrou um crescimento de usuários ativos diários de 4%, um total de 1,96 bilhão (contra os estimados pelo mercado 1,95 bilhão), superando as expectativas.
A empresa anunciou uma redução dos custos operacionais para os próximos trimestres, além de anunciar a recompra de $9 bilhões em ações nesse último trimestre.
Além disso, a bigtech registrou crescimento no MAP (pessoas ativas no mês) em relação ao trimestre passado, agora responde a 46% da população mundial - 3,64 bilhões de usuários.
🟢 Microsoft:
A receita da empresa fechou em $49,4 bilhões (18% acima do mesmo período do ano passado), praticamente em linha com o esperado pelo mercado, que era de $49 bilhões. O resultado foi marginalmente prejudicado pela alta do dólar frente às demais moedas, o que reduziu a receita em $300 milhões.
Esse é o décimo nono trimestre seguido que a empresa cresce acima de 10% sobre o ano anterior.
O destaque da divulgação vem para a área de cloud da empresa: o sistema Azure reportou um crescimento de 49%, sem contar a variação cambial, em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Essa divisão continua sendo o principal motor de crescimento da bigtech, e o resultado consolida a Microsoft como a segunda maior empresa do setor, atrás apenas da AWS, da Amazon.
Macro Economia Global
As tensões geopolíticas continuam elevadas e se viu no último mês uma intensificação do conflito na Ucrânia. A Rússia recentemente aumentou os ataques na Ucrânia e barrou a venda de gás natural para a Polônia.
Economia dos Estados Unidos encolhe 1,4% no primeiro trimestre de 2022, expectativa do mercado era de alta de 1,0%. Com mais esse indicador, muito se discute sobre uma possível recessão americana.
Após o aumento nos casos de covid-19 e sua política de covid zero, a China iniciou uma série de lockdowns nos principais centros urbanos, incluindo Xangai. O receio dos investidores é um agravamento no supply chain e aumento da escassez de chips, semicondutores, entre outros.
Enquanto isso, no Brasil:
O mês foi marcado pela volatilidade do dólar, a moeda americana desceu de escada para R$4,66 e de elevador voltou rapidamente para a faixa de R$5,00. Movimento esse originado por ocasiões externas, fluxo de capital para países emergentes e ciclo positivo de commodities, e não por mérito do Brasil.
📰 Principais notícias do mês:
🔵 Elon Musk compra Twitter por US$44 bilhões
Com uma compra inicial de 9,2% das ações no início do mês e depois de negar um assento no conselho da empresa, muito se especulou sobre o motivo da compra e a real intenção do empresário. Mas tudo isso foi respondido quando, dias depois, fez uma oferta para fechar o capital da companhia a US$54,20 por ação, 20% em relação ao fechamento no dia anterior e 38% a um dia antes de seu investimento inicial se tornar público. O conselho de administração optou por aceitar a proposta, com expectativas de encerrar todo processo até o final do ano. A transação entra para a história como a maior aquisição de uma rede social.
Após a compra, muito se espera de reformas internas na plataforma e companhia. A primeira, e talvez mais importante para o curto e médio prazo, é sobre o modelo de remuneração, especula-se a criação de planos de assinatura para não mais depender de anunciantes na plataforma, rumor esse que corrobora com a defesa da liberdade de expressão por Elon Musk.
🟡 Novidades e novas regulações brasileiras
Agora é oficial: O Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central anunciaram o lançamento do projeto Open Finance, uma evolução do atual Open Banking. O novo modelo irá englobar serviços financeiros como investimentos, câmbio, seguros, credenciamento e previdência.
Vem aí: O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, anunciou que o Real Digital deve ter um piloto no segundo semestre de 2022. Segundo Neto, esta é uma forma de criar a digitalização da moeda sem criar uma ruptura no balanço dos bancos.
De olho em cripto: O Senado aprovou o Projeto de Lei que regula o setor de criptomoedas no Brasil. Com a ação estão sendo decididas diretrizes regulatórias para nortear, proteger e defender os consumidores contra crimes e fraudes no universo de criptoativos.
Para todo mundo investir: Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ampliou os limites de captação e divulgação para crowdfunding de startups. O limite de receita bruta anual para empresas que queiram aderir à modalidade passou a ser de R$80 milhões. Outra mudança importante foi o aumento do teto de captação, passando de R$5 milhões para R$15 milhões. Agora também passa a ser permitido realizar campanhas de promoção do crowdfunding em quaisquer meios de comunicação e mídias sociais.
🟢 De olho nas startups
Não é de hoje que empresas tem optado pelo caminho de Corporate Venture Capital. Recentemente, nomes como Ambev, Multilaser, Arezzo e Eurofarma anunciaram seus próprios fundos. No mundo, segundo a CB Insights, US$78,7 bilhões foram movimentados pelo segmento. No Brasil, esse valor fica na casa dos US$662 milhões, de acordo com a Distrito.
No mês de Abril a Americanas anunciou seu primeiro fundo de CVC. Sem divulgar o valor reservado para aportes, a companhia afirmou que pretende investir em rodadas pré-seed, seed e até Series A. Agnóstica a setores, a Americanas busca startups que tenham conexão com o grupo e a meta é, ao integrá-las ao seu ecossistema, fazer com que as mesmas cresçam 10 vezes em dois anos.
O Itaú Unibanco também se prepara para lançar um fundo de venture capital para investir em startups. De olho em soluções financeiras, o banco não fala em competição mas, sim, colaboração. Por fim, a Vivo também anunciou a criação do seu primeiro fundo de CVC de R$320 milhões. A ideia é investir em até 20 startups nos próximos cinco anos.
📌Recomendação de report do mês
Overview de comportamento do consumidor no mobile. Você verá dados como: adoção de recursos, preferências demográficas e diferenças regionais quanto ao uso de apps
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