Entenda o por trás desse ativo e a mais nova forma de usá-lo, os NFTs.
Em algum momento nos últimos meses você ouviu falar sobre bitcoins ou criptomoedas em uma notícia online ou até mesmo nos jornais da TV. Para os mais atentos, o termo NFT também apareceu, nem que seja como coadjuvante das matérias. Mas o que você conhece desse universo de criptoativos tão recente no mercado e que já carrega milhares de zeros consigo?
Vamos às definições:
Criptoativo é uma representação digital de valor denominado em sua própria unidade de conta cujo preço pode ser expresso em moeda soberana local ou estrangeira. Além disso, ele pode ser transacionado eletronicamente, sendo a segurança destas transações garantida pela utilização de criptografia e de tecnologias de registro distribuídos. Você pode utilizá-lo como forma de investimento, instrumento de transferência de valores ou acesso a serviços.
Atualmente é possível encontrar inúmeras variantes no mercado, mas os primeiros formatos surgiram como criptomoeda e tinham a intenção de permitir que indivíduos ou empresas efetuassem pagamentos ou transferências financeiras sem que houvesse a necessidade de intermediação de uma instituição, fronteiras de países.
Outro ponto importante dessa discussão é quanto as chamadas moedas eletrônicas previstas na legislação brasileira. Neste caso, estamos falando de coisas diferentes e que não devem ser confundidas. As moedas eletrônicas nada mais são que recursos em reais mantidos no meio digital de cada instituição financeira e que necessariamente são ou serão usadas como meio de pagamento, assim como as notas físicas.
Na prática
O funcionamento de um criptoativo se dá a partir de uma rede distribuída que registra toda a divulgação de movimentação do ativo. Uma nova transação só é aceita após um sistema de validação - robusto e complexo - e de uma espécie de consenso da maioria dos participantes da rede de que aquela operação é válida, um ponto chave do modelo onde não há um "dono operador" desta rede. Aqui estamos falando basicamente de blockchain, a tecnologia mais conhecida por trás do funcionamento de criptoativos.
Uma das principais diferenças dos criptoativos é que o detentor não é verificado pela comprovação de identidade, mas sim por ser o detentor da senha que permite que transações sejam realizadas de forma anônima, ou no mínimo pseudônima. Isso porque o nome real não precisa ser revelado apesar das transações serem públicas - se está no blockchain qualquer um pode ver e confirmar. E aqui vale um destaque, se perdeu sua senha não há como recuperá-la.
Bitcoin, o mais famoso deles!
Em meio a uma crescente valorização, o bitcoin é o exemplo mais conhecido de criptomoeda, uma das modalidades encontradas dentro dos criptoativos. No caso dessa moeda não é emitido, controlado, garantido ou regulado por qualquer autoridade monetária, o que significa que ele compõe um universo separado das moedas oficiais, como o dólar ou real.
Mas isso não quer dizer que são piores ou melhores, apenas que a aceitação desse ativo como meio de pagamento não é mandatória. Além disso, nos últimos anos muito se foi aprimorado e regulado do bitcoin, o que trouxe consigo grandes players do mercado e a confiança da população mundial. Um dos motivos para a valorização constante da criptomoeda.
Com o contexto explicado, vamos além:
Os "nonfungible tokens" em português "tokens não fungiveis" são um novo mercado baseado em blockchain nascido em 2012, que vem crescendo rapidamente e movimenta direito de propriedade de arte digital, coisas efêmeras e mídia. Neste caso, não estamos falando de adquirir direitos autorais, marcas registradas ou propriedade exclusiva sobre o que se é comprado, mas o direito e conhecimento de ser ter uma cópia autêntica de algum desses materiais.
Alguns exemplos de NFT:
O meme de Nyan Cat, o gato voador animado com um corpo de Pop-Tart que deixa um rastro de arco-íris vendido por aproximadamente US$ 580.000
Clipe do LeBron James bloqueando uma cesta em um jogo de basquete do Lakers vendido por US$ 100.000
Postagem no Twitter de Mark Cuban, investidor e proprietário do Dallas Mavericks vendido por US$ 952
Imagem do rosto de Lindsay Lohan vendida por US$ 17.000
Neste caso, quando algo desse tipo é vendido, computadores ligados a uma rede de criptomoeda registram a transação em um "livro-razão" compartilhado de blockchain, o que o torna um registro público permanente que não pode ser alterado ou apagado. Atualmente esse mercado conta com mais de 222 mil pessoas participando de vendas que movimentam cerca de US$ 250 milhões.
Um dos desafios do avanço da mídia digital são os modelos de negócios limitados disponíveis para as organizações tradicionais de notícias. Você vende anúncios ou assinaturas, ou ambos. Mas com os NFTs quem sabe não estamos em um momento de se criar uma nova forma de ganhar dinheiro a partir de mídia, de venda "momentos" singulares e históricos o pode ajudar a estimular novos modelos de negócios.
Existe limite?
Assim como quando os criptoativos surgiram, a desconfiança quanto sua necessidade ou segurança também era enorme. Até hoje temos aqueles que ainda preferem outros tipos de investimento, mas não podemos descartar que estamos falando de um ativo que já se tornou uma realidade no cenário econômico mundial.
Vamos além, quando a internet foi criada ouviu-se muito ceticismo sobre a utilidade daquela "rede de comunicação entre centros de pesquisa, coisa de cientista". Pouco depois viu-se a proliferação dos e-mails, websites, ecommerce, … hoje parece que internet sempre existiu, não é mesmo?
Talvez agora os NFTs não sejam entendidos ou levados a sério como deveriam. Talvez os mesmos de fato não passem de uma especulação momentânea e deixem de existir em pouco tempo. O ponto é que o blockchain permitiu transacionar de uma maneira diferente ativos digitalmente, o que abre portas para imaginação e para quem pensa fora da caixa, existe limite?
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